segunda-feira, 3 de agosto de 2009

MINHA ILHA DESERTA

Fiquei numa ilha deserta
onde barcos jamais chegam;
onde a luz é sol e lua;
onde a voz é o meu eco;
onde tudo é nada
e o nada, sou eu próprio.


Os meus amigos – filhos
da natureza
mais a chuva que me lava
e o vento que me enxuga.
Onde o tempo não é relógio
e as horas marcam dias
e os minutos as horas.


Onde quando páro
tudo pára e me olha
e me segue,
me persegue
e me contempla...


Onde há um silêncio
que se diz solidão
e os reis são escravos
e os poetas deuses;
onde o Olimpo é a Terra
e o Céu: - o Paraíso...


Onde a fome é sede
e a sede alimento;
onde não há guerra
nem peste
e a morte não se crê...


Minha ilha deserta
do sonho da paz
onde vivo sem dor
uma vida certa
(do tanto me faz)
sonhando o amor...


Onde vejo e revejo
do princípio ao fim
o ter por herança
o que foi meu desejo
de querer só, para mim,
viver sempre ‘sperança!

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