sábado, 8 de maio de 2010

49º ANIVERSÁRIO DA MORTE DE UM HERÓI






Passam hoje quarenta e nove anos sobre aquele fatídico dia, morrinhento tal como o de hoje, em que, algures no Bungo, província do Huíge, em Angola, o Alferes Mota da Costa comandando uma patrulha de Páraquedistas, enquadrando uma “coluna” composta por vários voluntários civis, sucumbia heróicamente, numa acção sublime, apesar dos parcos recursos humanos e materiais de que dispunha, para dar resposta ao desesperado pedido de socorro dos residentes da Damba e de vários Fazendeiros que se encontravam refugiados, na região.
Na evocação desta trágica ocorrência, também marcada com a morte de outros elementos que compunham a “força”, aos quais igualmente presto tributo, reitero as palavras que então escrevi sobre o Alferes Mota da Costa:

«“ Os heróis não morrem!... Eternizam-se ao entrarem para a história Pátria!...”


Vi-o pela primeira vez ao envergar com garbo a farda de cadete, na então escola do exército.


Vi-o pela última vez na Portela, quando o acompanhei ao avião militar que o levou para Angola, então já com o galão de Alferes e a Boina Verde de pára-quedista que tão orgulhosamente ostentava. Foi no principio de 1961.


Passado pouco tempo, tive a triste noticia da sua morte, em 08 de Maio de 1961.


Também soube da patriótica proclamação – hoje na histórias – que corajosamente dirijiu às populações daquela parcela de Uige.


Não me admirei da sua acção!


Conheci-o suficientemente, sabia que nas suas veias corria sangue igual ao dos Portugueses de boa tempera que conseguiram ficar na História.


Ser-lhe-á fácil evidenciar as potencialidades de chefe militar corajoso.


MANUEL JORGE MOTA DA COSTA, um amigo que partiu cedo de mais para o “voo mais longo! – porque cumpriu o dever de partir – mas que deixou a saudade amiga!


Foi uma imagem – sonho daquele sertão africano, envolto em chuva miúda e morrinhenta, propicia à cilada e à traição que, relendo a célebre proclamação afixada na véspera da morte no átrio da Igreja paroquial do Bungo, por ele subscrita, vi colado (numa visão), precisamente ao lado, outro escrito tão próprio de um português como ele!


Era uma prece … uma prece de um militar vivendo a guerra da altura, naquele preciso momento e local, implantado no mesmo cenário.


Fora, também, o Alferes Pára-quedista Mota da Costa, o seu verdadeiro autor.»

Foi a memória deste trágico, mas heróico acontecimento, que inspirou o meu Poema – “PRECE DE UM HERÓI” incluído no meu Livro Voos Poéticos, Página 71 e publicado neste meu Blog, em 14 de Novembro de 2009.



«HONROSA A PÁTRIA QUE TAIS FILHOS TEM!»

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