domingo, 30 de maio de 2010

FOMOS IMPÉRIO



Fomos a Estrela Polar
das descobertas
Levando, bem longe,
a Cruz de Cristo
Ao que outrora
nunca fora visto
Deixando ao Mundo
as portas bem abertas!


Fomos naus
e caravelas
Sulcando
o mar profundo:
Cruzando
descobrindo Mundo,
Em rumos,
visando as estrelas...


Fomes de Sagres IMPÉRIO –
nas Áfricas;
nas Índias;
no Brasil!
Fomos nós – os Pioneiros –
povo;
raça;
marinheiros
Dos tempos
que eram mistério!


Fomos aventura
fé e ‘sperança;
Fomos os ventos
da história...
Fomos honra!
fomos glória!
Somos hoje:
só lembrança!?


Não!...
Somos hoje, um País;
uma nação!
Somos Pai;
Somos a raiz
de cada filho:
(um seu irmão)
que é!
(que são!)
Fruto do nosso ardor!


Cabo Verde Guiné
Angola e São Tomé
Moçambique e Índia
Macau e Timor...


A Pátria
a língua
a fé...
- epopeia d’amor -
Lágrimas de sol,
de sal e de dor;
Loucura intrépida
no deserto e no sertão;
Fomos bravura
d’alma e coração!

sábado, 15 de maio de 2010

ÀS VISTAS DE SAGRES

Enterrámos ossos e carne
com suor e dor
entre cacimbo e monção
Com tanta fama e fervor
no deserto... no sertão
por mares e terras d’então...


Voltámos às vistas
de Sagres
esquecidos das conquistas
[da fortuna, por milagres]
regressando do Oriente
ao Ocidente
Trazendo o corpo sem ‘sperança
Deixando a alma – à lembrança –
no rosto, de pobre gente...
E da fé e da glória
apenas ficou d’herança
Um vazio... oco de História!?


Oh “mar salgado”
das lágrimas de solidão
Com ventos da ilusão
que naufragou o passado...


Hoje, se não somos pecado
somos noite... escuridão
No sangrar do coração
por remorsos... trespassados?!

sábado, 8 de maio de 2010

49º ANIVERSÁRIO DA MORTE DE UM HERÓI






Passam hoje quarenta e nove anos sobre aquele fatídico dia, morrinhento tal como o de hoje, em que, algures no Bungo, província do Huíge, em Angola, o Alferes Mota da Costa comandando uma patrulha de Páraquedistas, enquadrando uma “coluna” composta por vários voluntários civis, sucumbia heróicamente, numa acção sublime, apesar dos parcos recursos humanos e materiais de que dispunha, para dar resposta ao desesperado pedido de socorro dos residentes da Damba e de vários Fazendeiros que se encontravam refugiados, na região.
Na evocação desta trágica ocorrência, também marcada com a morte de outros elementos que compunham a “força”, aos quais igualmente presto tributo, reitero as palavras que então escrevi sobre o Alferes Mota da Costa:

«“ Os heróis não morrem!... Eternizam-se ao entrarem para a história Pátria!...”


Vi-o pela primeira vez ao envergar com garbo a farda de cadete, na então escola do exército.


Vi-o pela última vez na Portela, quando o acompanhei ao avião militar que o levou para Angola, então já com o galão de Alferes e a Boina Verde de pára-quedista que tão orgulhosamente ostentava. Foi no principio de 1961.


Passado pouco tempo, tive a triste noticia da sua morte, em 08 de Maio de 1961.


Também soube da patriótica proclamação – hoje na histórias – que corajosamente dirijiu às populações daquela parcela de Uige.


Não me admirei da sua acção!


Conheci-o suficientemente, sabia que nas suas veias corria sangue igual ao dos Portugueses de boa tempera que conseguiram ficar na História.


Ser-lhe-á fácil evidenciar as potencialidades de chefe militar corajoso.


MANUEL JORGE MOTA DA COSTA, um amigo que partiu cedo de mais para o “voo mais longo! – porque cumpriu o dever de partir – mas que deixou a saudade amiga!


Foi uma imagem – sonho daquele sertão africano, envolto em chuva miúda e morrinhenta, propicia à cilada e à traição que, relendo a célebre proclamação afixada na véspera da morte no átrio da Igreja paroquial do Bungo, por ele subscrita, vi colado (numa visão), precisamente ao lado, outro escrito tão próprio de um português como ele!


Era uma prece … uma prece de um militar vivendo a guerra da altura, naquele preciso momento e local, implantado no mesmo cenário.


Fora, também, o Alferes Pára-quedista Mota da Costa, o seu verdadeiro autor.»

Foi a memória deste trágico, mas heróico acontecimento, que inspirou o meu Poema – “PRECE DE UM HERÓI” incluído no meu Livro Voos Poéticos, Página 71 e publicado neste meu Blog, em 14 de Novembro de 2009.



«HONROSA A PÁTRIA QUE TAIS FILHOS TEM!»

sábado, 1 de maio de 2010

MEU TEJO

Tejo!
meu Tejo azul
Límpido como o céu
no verde de uma ‘sperança...
Ninfas
virgens de herança
Das ondas, sob o seu véu
mergulhando
Com o Fado
como sonhos de criança
O futuro... do passado!


Promessas de um Henrique
e de um Gama
Que nos deram
ao Mundo, a fama
Desde a Batalha d’Ourique
Às Índias
- em outros mundos –
Sobre os mares
olhares profundos
Que a História certifique
ao Mundo, que as clama!


Do Ocidente
ao Oriente
Fomos fé
fomos esperança
Navegando
- por lembrança –
D’um país “nobre
e valente”!


Tejo!
Rio de lamentos
Porto... abrigo
de guerreiros
Levando, nós:
- marinheiros –
À Era
Descobrimentos


Voltem ao Tejo
as naus
Caravelas
de tormentos
Relembrando
os “velhos tempos”
Que, por bem,
foram tão maus!


Em atenção à “Expo 98”