sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ÁFRICA

ÁFRICA
mar de terra infinda…
Onde as ondas
são vento esverdeado
Ondulando o capim
e o sertão;
Onde o princípio
é fim inacabado
(de um ali... um ainda)
Onde o silêncio do dia-a-dia
é mais que noite-escuridão!...


ÁFRICA
De intranquila certeza
E de inóspita salubridade;
Da incógnita surpresa
Duma virgem-natureza
Fingindo irrealidade...


Um negror de inquietude
Do sol mais que escaldante;
Onde o labor é tão rude
E o – sem saber – a virtude
D’um intrépido emigrante...


ÁFRICA:
Eterna longa saudade
De um acenar mutilado
Qu’atraiçoou a verdade
Ao ter servido a vontade
De um valor inacabado...


Mar tão distante do Mundo
Sulcado por imperdão
Num regresso tão infundo
No magoar mais profundo
Que só rasgou a Nação!


ÁFRICA
África nua!...
Mar de terra infinda
do além...
(que não é minha,
nem tua)
Mas que, por ser de todos,
ainda é de ninguém!...

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