sábado, 31 de outubro de 2009

O VOO DERRADEIRO

(Elegia)

Ao eterno Céu
voaste
Amigo e companheiro
Mais cedo que o futuro
Tão perto ainda do passado
- Partiste primeiro...


Estás presente
coração amargurado
Recordo-te
E nós te recordamos
Saudando-te
Para além dos voos
Neste teu voo
- O Derradeiro!...
Ao grande amigo T.Cor Pilav João AntónioGomes daCosta David, vítima de acidente aéreo, em Belas (29/6/1995)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A DEUS CHEGOU

EVOCANDO OS MORTOS DA AVIAÇÃO Base Aérea Nº 1 – Sintra (Granja do Marquês).
Monumento em homenagem ao Major Castilho Nobre – (Primeiro Director da Aeronáutica, que morreu voando).

No silêncio azul dos espaços
Tantos sonhos
Ele sonhou.
Sonhos, que teve nos braços
Nos voos,
Quando voou!...




...e mais alto onde subiu;
mais longe onde chegou...
Ninguém soube!
ninguém viu!


....



Só soubémos que partiu
e que nunca mais voltou!...




...e quando Deus, o chamou
daquele voo imortal...
Quem era? Lhe perguntou!
respondeu: - sou PORTUGAL!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

VILA NOVA DA RAINHA

Berço da Aviação

O sonho de Ícaro
tornou-se realidade...
Fora aventura
loucura
ansiedade
Fora vitória
glória
liberdade
Foi ventura
que ultrapassou a memória.
Foi feitura
que mudou o rumo à História!


Fora «grandíssima» a «ousadia»
Ao se «cometer o Céu Supremo»
Em tão «insana fantasia»...
D’um Olimpo, sonho profundo
Do extremo a outro extremo
Voámos todo o Mundo!


Como Titãs escalámos
O Luso azul etéreo
E Cruzes de Cristo levámos
Como outrora rotas certas
Sobre mares em espaço aéreo...
Novo rumo às Descobertas!


Fomos também «Pioneiros»
No horizonte aventura
Do tempo dos Marinheiros...
Com audácia força estóica
Sulcando nuvens altura
Fomos «Tempo da Heróica»!


Vila Nova da Rainha
«Berço da Aviação»!
Ali se forjou a espinha
D’um sonho - hoje imortal
Onde nasceu o coração
Das asas de PORTUGAL!...

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PORTUGAL A CHAMAR

No silêncio azul do espaço
e o infinito olhando
Oiço, ao longe,
o rufar marcial de tambores
voando...


É a juventude que abraço
é o ardor;
o amor Pátrio;
a missão!
É o ruído de motores...
uma canção!...


É tudo quanto me desperta
na alvorada da vida,
dura
é certa!


É o som de um clarim
saindo dentro de mim:
estridente
confiante
no trinar
no voar...


É o alerta
do presente!
É um alerta
vigilante!
É PORTUGAL
a chamar!...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MINHAS ASAS




Toquei com as asas – o espaço –
No vasto e longe céu da ventura
Em corcel lesto, de penas d’aço,
Buscando halos de sol, em aventura!



Relâmpagos de coragem valentia
Num turbinoso sonante de calor
Luzindo esperança ousadia
Na Sacrossanta Cruz, do meu fervor!



Os ventos do Destino – nas alturas –
Soprando feição, no azul infindo,
Dissiparam-me dúvidas agruras



Do inconstante sonhar, em ilusão...
E ao acordar feliz – vi sorrindo –“Minhas asas” num fremir de coração!


quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ACADEMIA DA FORÇA AÉREA



FORÇA AÉREA
ACADEMIA
Sois de Minerva
e de Marte
Sois no futuro
ousadia
Sois da Pátria
baluarte!


CRUZES DE CRISTO
elevas
Mais alto
perante Deus...
Sóis rasgando
as trevas
Asas brilhando
nos céus!


Cadetes
sempre alerta!
Alerta!... Alerta
imortal!
Sois memória!
Sois história!
Sois o sol

de PORTUGAL!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

AO ALUNO PILOTO

…Os vossos olhares tímidos
perdidos no azul celeste
procuram...
envoltos de ânimo
de juventude
ânimo de titãs
escalando o céu
vislumbrar...
nas laudas épicas do ar
o raio fulgente
que emanado das asas prateadas
iluminará...
mais alto
mais além
e para sempre
a Sacrossanta
«CRUZ VERMELHA DE CRISTO»...
simbólico esplendor
de PORTUGAL
nos voos...
de paz
de guerra
através do Mundo através dos tempos!...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O JURAMENTO DO AVIADOR

Juro
e
jurarei!…
que depois de descolar,
no ar...
não ficarei!


Juro
e
jurarei!...
que ao convívio
de aviadores
não “borregarei”!


Juro
e
jurarei!...
que o voar;
o viver;
o amar;
e o beber;
não recusarei!


Juro
e
jurarei!...
que apesar de asas ter,
“anjinho”?
nunca serei!



(Festa do “Pilotaço” Aeródromo de Sta. Cruz – 1981).

sábado, 17 de outubro de 2009

100 ANOS DE AVIAÇÃO EM PORTUGAL



Assinalam-se hoje, precisamente 100 anos sobre a primeira tentativa de projecção no espaço no nosso País, de um objecto mais pesado que o ar e dotado de um meio de propulsão motorizado.
Esse acontecimento teve lugar no Hipódromo do Bom Sucesso, em Belém
Eram cercas das duas e meia, duma tarde ventosa de Outuno, quando o biplano «Voisin Antoinette», tendo aos comandos o jovem piloto e construtor francês, Armand Zipfel, se preparou para o grande desafio, perante uma multidão entusiasta e incrédula.
Minutos depois na pista improvisada, curta e não plana, assiste-se a uma saída imponente do aparelho que se ergue no ar , vindo a cair desastrosamente sobre o lado direito, momentos depois!
Apesar de se tratar de uma experiência mal sucedida, não deixou de marcar um momento histórica para a aviação, em Portugal.
Pelo seu simbolismo e magia, não quis deixar de realçar este facto e vergar-me perante a memórias por todos aqueles que no «etéreo» contribuiram com estoicismo, audácia e valentia para elevar o nome de PORTUGAL!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

PORTUGAL - TIMOR

21 de Dezembro de 1934

Meio século
é já passado!...
Feito histórico
registara
Nossa EPOPEIA
DOS ARES
Quando, em engenho
alado,
A CRUZ DE CRISTO
voara
Mais longe:
Terras... e Mares


Fora calvário...
glória
O longo tempo
voado
Da Amadora
a Timor
Voo que ficou
na História...
Nobre feito
recordado
Por tão grande
o seu valor!


Viram em voo audaz,
aventureiro...
TIMOR!... Longínquo
PORTUGAL
«Que das belezas
faz alardo»...
Em dia de Inverno:
- o primeiro;
P’la vez primeira
(num porvir de Natal)
«O CRUZ, O LOBATO E...
O LEOPARDO»!



Avião “LEOPARDO MOTH” de 12ocv “DILI” – (Viagem aérea iniciada na AMADORA, em 25/10/1934, por
Humberto da Cruz e Gonçalves Lobato).

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

BASE DO LUMIAR

(Pelicano Petrus, Ilha Grega de Mykonos)


I

BASE DO LUMIAR é Unidade
Cujo lema tem por arte
Saber que é humildade
O poder agasalhar-te!


II

Sua missão principal
É o dever de apoiar
permitir ao pessoal
Segurança e bem-estar!


REFRÃO

PELICANOS!
PELICANOS!
Mesmo de peito
a sangrar
Saberemos
sem enganos
Apoiar!
Apoiar!
Apoiar!
PELICANOS!
PELICANOS!
Alerta!Alerta voar!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

À BASE AÉREA Nº 4 - LAJES

Sim!…
Justiça seja feita
à Base das Lajes!
Alerta no Atlântico...
Qual açor pairando vigilante
sobre as ondas do mar
Tenta cumprir,
custe o que custar;
Sua missão;
Seu próprio lema;
“PARA QUE OUTROS VIVAM!”...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

DESPEDIDA DO "CHIPMUNK"


Voaste alto velho “Stuka”
Foste “Macaco” do ar
Dizendo como se educa
Quem quereria voar!


Vistes tantas “chatices”
Com as tuas asas cor d’aço
Sofrendo as “pardalices”
Que te dava o “pilotaço”!


Velho “Chip” que aturaste
A “Malta” na instrução
A todos nós tu deixaste
O teu sabor de avião!


Por isso a ti “Chipmunk”
Num adeus que faz memória
Dir-te-ei deste palanque
Que alcançaste a vitória!


Tens hoje a tua glória
Ao partires da nossa frota...
Ficarás sempre na história
De: Aveiro, Sintra e Ota!


Adeus oh “velho guerreiro”
Que não soubeste perder
Foste entre todod – primeiro
“CUMPRINDO ALÉM DO DEVER”!



OTA – BA2 – (Base Aérea Nº 2) – 30/9/1989.
(Poema lido pelo locutor Fernando Pessa durante o evento)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ASSOCIAÇÃO DOS ESPECIALISTAS

A farda
de azul celeste
Com orgulho
vestiste
Passageira de ilusão
que soubeste
Servir na juventude
e serviste
Em plenitude
com tanta ACÇÃO!


Foste semblante
que sorriu
À PÁTRIA
em seu garante
De alma
e coração
Que se viu
e se sentiu,
Por vibrante
da nobre AVIAÇÃO!


Foste ardor
calor da NAÇÃO!
Valor
de artistas
Que foram
e serão...
Porque a FORÇA AÉREA
ainda são:
ASSOCIAÇÃO
DOS ESPECIALISTAS!


À AEFA – Associação dos Especialistas da Força Aérea

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O AVIÃO... O FUTURO... A CRIANÇA...


(Aos meus netos)


O AVIÃO...
O FUTURO...
A CRIANÇA...


O SONHO...
A VIDA...
A ESPERANÇA...



Num avião de papel
voei, um dia,
em pequenino...


Meu avô
homem velhinho
tão velho
todo branquinho
me fizera,
me dera
um avião de papel
um balão
e um cordel!...


Eu não sei, porquê?
Não sei bem?
Talvez soubera
minha mãe,
porque o fizera!
Tão velhinho
ele já era
e não havia aviões...
haviam barcos e tanques
haviam guerras canhões
haviam lutas e mortes
haviam só revoluções!


Porque o fez?
Se fez bem?
Só soubera
minha mãe!...


Eu era tão pequenino...
Nas aves via o voar
a elas queria chegar
querendo-as imitar
com o avião de papel
e o balão de menino
suspenso por um cordel!...

Mais tarde,
muito mais tarde
Meu avô
homem velhinho aos céus havia chegado
e eu ficara sòzinho
com meu sonho de menino
meu avião de papel
um balão
e um cordel!...


E do sonho de menino
me transformei rapazinho
e de rapaz
homenzinho!


Mas, um dia recordando...
o avião que em menino
me dera meu avôzinho
quando já era velhinho
e eu era pequenino
Me fizera pensar
sonhar - voando...
os céus poder alcançar
- em vida -
e não sonhando
poder um dia, aos céus
chegar
como ave voando...


E então,
ver afinal
meu sonhar
meu ideal
sabendo porquê?
Porque um dia:
Meu avô
homem velhinho
tão velho
todo branquinho
me fizera
me dera,
um dia,
um avião pequeninho
um avião de papel
um balão
e um cordel!...


Porque o fizera?
Não sei?
Minha mãe
não me dissera!


Agora,
hoje sei!
e já não sou pequenino,
que voar é liberdade
é vencer ansiedade
é reviver mocidade
o meu sonho de menino!...





Meu avô
homem velhinho
Lá no Céu
está vigiando
o sonho do seu menino...
tão velho
e tão sòzinho
ele vai suspirando,
enquanto eu vou voando
o meu sonho de menino!...



E hoje
já homenzinho
o avião pequenino
meu avião de papel
um balão
e um cordel
eu trago sempre comigo!...
É o meu maior amigo
esse avião de papel
que meu avô
me deixou
e um dia transformou:


O MEU SONHO...
MINHA VIDA...
MINHA ESPERANÇA...

NO AVIÃO...
MEU FUTURO...
NO MEU SONHO DECRIANÇA!...



Aos meus netos: Tiago, Diogo, Maria e Martim.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

NA ESTEIRA DA RECORDAÇÃO

Partimos d’outro Sagres
e voámos
Algures sobre o sertão
reencontrado,
Surpreso vasto infindo
por nós achado
de alma e coração


“A ÁFRICA, farta de não existir ainda!
farta de ser subúrbio de si própria!”
farta de apodrecer no interior;
de ser terra-mato
e ser adubo do futuro!
ávida por ver sorver civilização!...


O que era, não poderia durar mais
porque era pouco ou quase nada!
(Algo viria a ser! - se fosse?
E viria a ser tudo?!)
...E hoje, é ‘inda o que é!
e eis tudo!...


(É tudo?!... E ainda, não é nada!)
“Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena”.
(disse o Poeta: - uma vez!)
A ALMA fora grande...
e grande é ter-se sido
e o ser-se PORTUGÊS!...


Navegadores:
Descobridores:
Sertanejos-Aviadores: - nós fomos!
descendentes “D’ESSES” - Os Primeiros
- Fomos “PIONEIROS”
ao aproximarmos terras p’lo ar!
ao levarmos a terra aos povos
e povos a verem mar!...


Os anos voaram
prata!...
Anos, que já lá vão:
de juventude e glória;
de ilusão e história!
- Somos AVIAÇÃO!...


À Amizade
que o tempo não mata
junta-se, a nós, a Saudade
Nessa hora, que é - Verdade!
Quão forte é: RECORDAÇÃO!...



25º Aniversário do A. B. 3 (Aeródromo Base Nº 3 – N’GAGE – ANGOLA (Base do Lumiar, 15/2/1986).

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ÁFRICA

ÁFRICA
mar de terra infinda…
Onde as ondas
são vento esverdeado
Ondulando o capim
e o sertão;
Onde o princípio
é fim inacabado
(de um ali... um ainda)
Onde o silêncio do dia-a-dia
é mais que noite-escuridão!...


ÁFRICA
De intranquila certeza
E de inóspita salubridade;
Da incógnita surpresa
Duma virgem-natureza
Fingindo irrealidade...


Um negror de inquietude
Do sol mais que escaldante;
Onde o labor é tão rude
E o – sem saber – a virtude
D’um intrépido emigrante...


ÁFRICA:
Eterna longa saudade
De um acenar mutilado
Qu’atraiçoou a verdade
Ao ter servido a vontade
De um valor inacabado...


Mar tão distante do Mundo
Sulcado por imperdão
Num regresso tão infundo
No magoar mais profundo
Que só rasgou a Nação!


ÁFRICA
África nua!...
Mar de terra infinda
do além...
(que não é minha,
nem tua)
Mas que, por ser de todos,
ainda é de ninguém!...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ANGOLA



ANGOLA
cansada da Guerra
“que quanto mais come
e consome
menos tanto se farta...”
Revolvendo terra
a terra
em caos;
em morte;
em fome
Tendo tido, a má sorte,
- qual fera -
Que d’um todo
nada reparta...


Cabinda;
Jamba;
Namibe
Numa luta fraticida
(d’um irmão
qu’ali reside)
Que nunca terá razão
No destino, que o divide
(do viver de nova vida)
Torrão, que não
se decide
Em ter a paz
Por Nação